Na manhã desta quinta-feira (8), a Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou a Operação “Poço Sem Fundo”, visando desarticular um esquema de desvio de recursos públicos na Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat). A investigação aponta que aproximadamente R$ 22 milhões foram desviados entre 2020 e 2023, em contratos destinados à perfuração de poços artesianos para abastecimento de água em comunidades rurais do estado.
Entre os alvos da operação estão o atual diretor-administrativo da Metamat e ex-deputado estadual, Wagner Ramos; o diretor-técnico Francisco Holanildo Silva Lima; e o ex-presidente do órgão, Juliano Jorge Boraczynski, que atualmente ocupa cargo comissionado na Assembleia Legislativa. Ao todo, 24 pessoas físicas são investigadas, incluindo 16 servidores e ex-servidores da autarquia.
Auditorias realizadas pela Controladoria Geral do Estado (CGE) identificaram diversas irregularidades nos contratos firmados, como a inexistência de poços nos locais indicados, perfurações em áreas privadas sem autorização e poços construídos em locais inadequados, como garimpos e granjas. Em alguns casos, moradores improvisaram formas de acesso à água devido à má execução das obras.
Como medidas cautelares, a Justiça determinou a suspensão dos pagamentos às seis empresas envolvidas, proibiu novas contratações com o poder público e ordenou o afastamento dos servidores investigados de suas funções. Além disso, os alvos estão impedidos de manter contato entre si, de acessar prédios públicos e tiveram os passaportes recolhidos.
A operação destaca a importância da fiscalização e da transparência na gestão dos recursos públicos, especialmente em projetos que visam atender populações vulneráveis em áreas rurais.