A equipe do site MT de Fato esteve, na manhã desta segunda-feira (28), na Clínica da Família e no gabinete do vereador Dr. Miguel Júnior (Cidadania), em busca de ouvi-lo sobre a acusação de desacato e resistência à prisão envolvendo seu nome. No entanto, quem atendeu a reportagem foi o seu pai, o ex-vereador Dr. Miguel Angel, que saiu em defesa do filho.
Dr. Miguel Angel fez questão de reforçar a idoneidade e o caráter do vereador:
“Em primeiro lugar, eu gostaria de falar que sei muito bem o filho que eu formei, que eu eduquei. Tenha certeza que o cidadão Miguel Júnior é uma pessoa idônea e de respeito”, declarou.
Segundo ele, sua relação com o caso começou ao chegar no CISC, onde encontrou o filho e os policiais envolvidos. Dr. Miguel Angel afirmou que questionou diretamente o vereador sobre o suposto gesto desrespeitoso apontado na ocorrência:
“Perguntei pra ele se ele tinha feito esse gesto desrespeitoso. A resposta dele foi não, e se tivesse feito, tenha certeza que ele assumiria. Pelos ensinamentos que dei, ele cumpriria pelos seus atos”.
O caso resultou na confecção de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), registrado por desobediência e resistência, sem acusação formal de desacato. O ex-vereador apontou que o próprio delegado responsável reconheceu a ausência de dolo:
“O doutor delegado relatou que não está comprovado que o suposto gesto fosse direcionado aos policiais, fato afirmado por testemunha, o que afastaria o dolo do desacato”, enfatizou.
Dr. Miguel Angel também criticou a abordagem dos policiais, afirmando que não houve resistência da parte do filho:
“Quando houve abordagem, meu filho em momento nenhum apresentou resistência. Ele levantou os braços como mandado, em sinal de supinação, mas não entrelaçou os dedos atrás da cabeça. Isso não está escrito em lugar nenhum que é obrigatório. Foi uma exigência abusiva”, comentou.
O pai do vereador classificou como desnecessário o uso de força policial, relatando que o filho foi agredido:
“O fato de não colocar as mãos atrás da cabeça não dá direito ao policial de jogar spray, de chutar e derrubar ele no chão”, acusou.
Questionando ainda a versão dos policiais, Dr. Miguel Angel destacou que o relato de que o vereador teria feito um gesto desrespeitoso foi baseado em uma situação de difícil visibilidade:
“Era período noturno, madrugada, carro em movimento, vidro fechado. Como que todos os policiais que estavam abastecendo o carro conseguiram ver isso, olhando na mesma direção?”, indagou.
Sobre relatos de que o vereador teria mencionado conhecer oficiais da polícia, Dr. Miguel Angel minimizou:
“Conhecer autoridades não é crime. Nunca houve qualquer uso de influência ou tentativa de intimidação”, disse.
O ex-vereador informou ainda que o caso agora seguirá para análise no Juizado Especial Criminal e que estuda, junto ao seu departamento jurídico, ações para contestar pontos que considera irregulares na abordagem.
Miguel pai é médico com várias especialidades atual em Várzea Grande há mais de 35 anos, aonde foi vereador. Além disso ele é especialista Ciências Criminais.