A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou mais uma etapa decisiva da Operação “Office Crime – O Elo”, que investiga o assassinato brutal do advogado Renato Gomes Nery, executado a tiros em julho do ano passado, em frente ao seu escritório, em Cuiabá. A nova fase da investigação foi realizada nesta quinta-feira (17).
Desta vez, a ofensiva policial colocou algemas em dois policiais militares, alvos de mandados de prisão temporária e busca e apreensão domiciliar. A suspeita: eles teriam atuado como peças-chave na engrenagem do crime, intermediando a entrega da arma usada na execução e servindo de ponte entre os autores dos disparos e os mandantes do homicídio.
A ação foi coordenada pela Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) da Capital, com apoio da Delegacia de Primavera do Leste e da Corregedoria Geral da Polícia Militar, que acompanhou os desdobramentos envolvendo os militares investigados.
Além das prisões, outros dois investigados – moradores de Primavera do Leste e sem vínculos com o serviço público – foram alvo de medidas cautelares e agora estão sendo monitorados por tornozeleira eletrônica. O motivo? Risco de fuga.
De acordo com os delegados Caio Albuquerque (titular da DHPP) e Bruno Abreu (responsável pelo inquérito), as investigações avançaram significativamente com essa nova etapa. “Identificamos o elo entre a intermediação, o mando e a execução do homicídio. O trabalho investigativo continua, com o objetivo de esclarecer todos os detalhes do crime e garantir o indiciamento de todos os envolvidos”, disseram.
Com essas duas novas prisões, o número de detidos pela morte de Renato Nery sobe para nove.
Relembre o crime
Renato Nery, 72 anos, foi baleado no dia 5 de julho de 2023, em frente ao seu escritório, em Cuiabá. Chegou a ser socorrido e passou por cirurgia em um hospital particular, mas não resistiu aos ferimentos.
Desde então, a DHPP intensificou diligências e perícias técnicas, e a principal linha de investigação aponta uma disputa por terras como motivação do homicídio. A morte de Nery chocou o meio jurídico e acendeu o alerta para o nível de articulação criminosa por trás de crimes supostamente “encomendados”.