Ao completar seus primeiros 100 dias à frente da Prefeitura de Cuiabá, o prefeito Abílio Brunini (PL) tem colhido elogios por sua paciência, gestão cautelosa e silêncio estratégico, mas também começa a enfrentar algumas críticas pontuais. De acordo com os principais políticos da capital, a administração segue sendo acompanhada com cautela, com poucos apontamentos negativos até o momento.
O governador Mauro Mendes (União), que apoiou Abílio no segundo turno das últimas eleições, optou por não comentar sobre a gestão, evitando críticas ou elogios. Já o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) tem sido mais cauteloso, afirmando que, embora seja normal o início de uma gestão enfrentar dificuldades, ele acredita que o prefeito tem boa intenção e confiança da população. “É normal que, em 90 ou 100 dias, não se tenha tudo no lugar, especialmente em um ambiente urbano como Cuiabá, que estava muito largado”, destacou Pivetta.
O presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), também adotou a postura de esperar mais tempo antes de fazer uma avaliação mais detalhada. Para ele, o importante neste momento é dar apoio à gestão, que enfrentou uma série de dificuldades desde o início. “Esperamos que, num curto espaço de tempo, ele consiga trazer aquilo que o cuiabano quer”, afirmou.
Por outro lado, o deputado estadual Eduardo Botelho (União) se alinha a essa mesma postura cautelosa, prometendo fazer uma avaliação mais profunda da administração de Abílio após seis meses. Já o vereador Juca do Guaraná (MDB) acredita que ainda é cedo para uma análise conclusiva, mas enfatiza a necessidade de ações emergenciais em áreas chave, como saúde e infraestrutura. “Abílio precisa parar de ir à Câmara e focar mais na prefeitura”, cobrou Juca, ressaltando que o prefeito deve dedicar mais atenção à gestão municipal.
100 dias de gestão: resultados e desafios
A gestão de Abílio Brunini começou com um decreto de calamidade financeira, implementado logo após o início do ano. Uma das principais medidas foi a aprovação de uma minirreforma administrativa, que resultou na redução de 43 cargos comissionados, passando de 812 para 769. Por outro lado, a reforma também aumentou a verba indenizatória dos secretários, que passará de R12.358,34 para R 12.852,32 a partir de maio.
Abílio prometeu economizar R$ 100 milhões nos primeiros 100 dias de mandato, além de eliminar a taxa de lixo e o estacionamento rotativo na cidade. Apesar disso, a aprovação do fim da taxa de lixo só foi concretizada na semana passada e só entrará em vigor em julho, o que significa que os cidadãos continuarão a pagar a taxa por mais dois meses.
Em meio aos desafios, a administração de Abílio segue sendo observada de perto, com a expectativa de que medidas mais concretas sejam apresentadas nos próximos meses.