O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) divulgou um vídeo em suas redes sociais em que nega que o Brasil tenha passado por uma ditadura militar. A gravação foi publicada nesta segunda-feira (31), data que marca os 61 anos da destituição do então presidente João Goulart pelos militares, instaurando um regime que durou até 1985.
No vídeo, o parlamentar bolsonarista classifica o golpe de Estado de 1964 como uma “salvação” para o país. “Quando se fala em ditadura, nós precisamos eleger um ditador. Quem nessa época foi o ditador? Nós não temos uma pessoa para dizer: ‘Esse é o ditador do Brasil’. Nós tivemos, sim, 5 presidentes eleitos de forma indireta, porque nós estávamos sob um regime militar, mas nunca houve uma ditadura militar em nosso país. Pelo contrário, fomos salvos da ditadura pelos militares”, afirmou.
Na gravação, Cattani argumenta que os militares impediram a instauração de uma “ditadura do proletariado” e que o regime militar trouxe avanços para o Brasil. Isso porque segundo a avaliação de muitos membros da direita, a ideia de “ditadura do proletariado” ainda estaria presente na esquerda atual por meio de políticas de controle estatal, censura ideológica e restrição de liberdades individuais. Para eles, partidos e movimentos de esquerda buscam aumentar o poder do Estado sobre a economia e a sociedade, enfraquecendo a propriedade privada e promovendo um discurso contrário ao livre mercado.
“O contrário do que eles dizem, porque eles, os comunistas, estavam querendo plantar no nosso Brasil uma ditadura, a ditadura do proletariado. A mesma ditadura que tem hoje em Cuba, que tem na Venezuela, que tem por vários países que estão na miséria”, declarou Cattani.
Apesar das declarações, historiadores, pesquisadores e documentos oficiais, apontam que o regime militar foi marcado por censura, repressão política, tortura e execuções de opositores. Durante os 21 anos da ditadura, brasileiros foram perseguidos, diversos parlamentares foram cassados, houve fechamento do Congresso Nacional e suspensão de direitos políticos, além de tortura e assassinatos.
Ainda assim, o deputado exaltou, o que chamou, de “avanços” promovidos pelo regime. Cattani ainda defendeu a herança deixada pelos militares, destacando obras como a Transamazônica e Itaipu. “Todas as grandes obras no nosso país, obras estruturantes, a Transamazônica, a Ponte Rio-Niterói, a maior indústria de navios do planeta na época, a maior indústria de aviões do planeta… O desenvolvimento do nosso país aconteceu graças a esse regime militar”, disse.