São Félix do Araguaia (MT) vive um cenário de crise administrativa após a transição de governo, com a nova gestão de Acácio Alves, que tomou posse em janeiro de 2025. A principal dificuldade enfrentada pela atual administração é a subtração de documentos contábeis e o desaparecimento de dados digitais durante o mandato da ex-prefeita Janailza Taveira Leite.
As irregularidades são graves: documentos relacionados a gastos da gestão passada, principalmente durante o ano eleitoral, foram destruídos ou ocultados. Investigações indicam que, para dificultar a fiscalização, os computadores da Prefeitura foram formatados, com a troca de HDs em alguns casos, apagando informações cruciais sobre as finanças públicas. A situação configuraria o crime de peculato eletrônico (Art. 313-A do Código Penal), que prevê penas de 2 a 12 anos de reclusão.
Além disso, Janailza Taveira é alvo de investigação por supressão de documentos, tipificada no Art. 305 do Código Penal, que prevê pena de 1 a 5 anos de prisão para quem destruir, suprimir ou ocultar documentos públicos ou particulares com prejuízo para terceiros.
A Polícia Civil de São Félix do Araguaia investiga essas e outras denúncias no âmbito da Operação Ímprobos, que visa esclarecer os desvios de recursos públicos durante a gestão de Janailza Taveira e seu esposo, Wemes Leite. O casal era conhecido por se autodenominar “Rainha e Primeiro Damo” e tentava manter-se no poder por décadas.
Enquanto a ex-prefeita permanece com grande visibilidade na capital Cuiabá, onde circula como se nada tivesse ocorrido, a população de São Félix do Araguaia ainda busca respostas sobre os danos causados por sua administração. Janailza Taveira também tem tentado angariar apoio para assumir um cargo comissionado no governo estadual, aproveitando sua influência política. No entanto, as graves acusações de corrupção e desvio de recursos públicos podem comprometer sua trajetória política futura.
Fonte: DIARIOARAGUAIA.COM.BR