19 de julho de 2025 17:35

Julgamento de Ledur sobre maus-tratos contra aluno é desmarcado novamente

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Vinicius Mendes - Gazeta Digital

Foto: Chico Ferreira

Foi remarcado para o próximo dia 7 de fevereiro o julgamento da capitã do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur, acusada de maus-tratos contra o aluno Maurício Júnior dos Santos, praticados durante treinamento na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, em 2016. A sessão estava marcada para esta quarta-feira (29). A vítima passou por situação semelhante à de Rodrigo Claro, que morreu após treinamento com a militar.

A decisão do juiz Moacir Rogério Tortato, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá Especializada da Justiça Militar, que remarcou o julgamento, foi publicada hoje (29). No documento, o magistrado destacou que o reagendamento foi necessário “diante da impossibilidade de os juízes militares comparecerem na data previamente designada”.

Esta ação penal militar contra Ledur tramita desde o ano de 2020. Inicialmente a tenente foi denunciada pelo crime de tortura, praticado no contexto de natureza militar, contra Maurício pelos fatos ocorridos no ano de 2016 durante treinamento de salvamento aquático do 15º Curso de Formação de Soldado do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso, realizado na Lagoa Trevisan.

Em agosto de 2024, o Ministério Público pediu a desclassificação do crime de tortura para o crime de maus-tratos. O órgão considerou que a vítima passou por situação semelhante a Rodrigo Claro, que participou do mesmo treinamento e morreu, porém, concluiu que não há indícios suficientes para comprovar que houve tortura.

O julgamento já havia sido marcado para o dia 17 de dezembro de 2024, também “impossibilidade de os juízes militares comparecerem nesta data”. A sessão foi remarcada para 29 de janeiro de 2025 e, agora, deve ocorrer no dia 7 de fevereiro às 14h.

O caso
De acordo com os autos, no dia do treinamento as atividades foram iniciadas por volta das 7h. Seriam praticados vários exercícios como corrida, flexões, polichinelos, abdominais, entre outros, finalizando com a travessia da Lagoa Trevisan. O treinamento era liderado pela tenente BM Izadora Ledur de Souza Dechamps.

Durante a travessia na lagoa, após percorridos aproximadamente 40 metros, Maurício passou a sentir câimbras, sendo auxiliado por outros alunos, tendo, inclusive, recebido uma boia ecológica de outro tenente.

Já no meio do percurso, Ledur determinou que os demais alunos seguissem com a travessia, deixando Maurício para trás, ocasião em que, como forma de aplicar castigo pessoal, passou a ofendê-lo, quando utilizou, ainda, a corda do lifebelt para iniciar uma sessão de afogamentos, amarrando a perna e o braço do aluno e submergindo-o reiteradamente.

Ato contínuo, após alguns “caldos”, Maurício, que já estava sem forças para emergir e respirar, depois de ter engolido muita água e gritado por socorro, veio a segurar os braços da tenente, implorando para que ela cessasse a atividade.

Ledur, porém, além de repreender Maurício gritando “você está louco? Aluno encostando em oficial”, somente encerrou a sessão de afogamento quando a vítima perdeu a consciência. Na sequência, o aluno acordou já nas margens da lagoa, em esgotamento físico e mental, quando, então, passou a vomitar bastante água. Se não bastasse, mesmo em completo estado de exaustão, a tenente exigia, aos gritos, que Maurício retornasse para a água. Todavia, por sentir fortes dores de cabeça, temendo por sua vida, a vítima não retornou às atividades aquáticas.

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