A juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, proferiu uma sentença severa contra Paulo Sérgio Alberto de Lima, condenando-o a 56 anos de prisão por sua participação no atentado ocorrido em Confresa, em abril do ano passado. Naquela ocasião, Paulo e aproximadamente 20 comparsas sitiaram a cidade com o intuito de roubar a transportadora de valores Brinks. Contudo, após espalharem o terror pela cidade, os criminosos encontraram apenas R$ 2.700 no cofre.
A condenação de Paulo abrange uma série de crimes, incluindo integrar organização criminosa, roubo qualificado majorado, disparo de arma de fogo, porte ilegal de arma de fogo, incêndio e dano qualificado. A magistrada reconheceu ainda a existência de concurso material na dosimetria da pena.
As investigações revelaram que a quadrilha acreditava que o cofre da transportadora guardava cerca de R$ 40 milhões. Durante a ação criminosa, os bandidos invadiram o quartel da PM, atiraram contra veículos do Corpo de Bombeiros Militar e causaram pânico entre os moradores da cidade.
Para perpetrar o crime, o grupo investiu aproximadamente R$ 3 milhões na aquisição de armas, artefatos e logística. Na fuga, os criminosos utilizaram embarcações roubadas de uma tribo indígena localizada na região e se embrenharam na mata por dias até chegar à cidade de Pium, no Tocantins.
A ação criminosa, que ganhou destaque nacional, mobilizou as forças de Segurança Pública de diversos estados, incluindo Mato Grosso, Pará, Goiás, Minas Gerais e Tocantins. A ‘Operação Canguçu’, que envolveu 300 policiais e durou 38 dias, resultou na morte de 18 criminosos em confronto com as autoridades. Além disso, diversas armas de fogo, incluindo fuzis e AK47, foram apreendidas durante a operação.