Geólogo estima 12 mil cargas de caminhões para remover pedras no Portão do Inferno

O geólogo Caiubi Kuhn expressou preocupações sobre a solução apresentada pela Secretaria de Infraestrutura de Mato Grosso (Sinfra) para resolver os deslizamentos na região do Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães, localizada a 67 km de Cuiabá. A proposta do Estado é recortar os paredões e recuar o traçado da rodovia para mais distante do precipício.

Em entrevista ao Jornal do Meio Dia (TV Vila Real, canal 10) na segunda-feira (1º), Kuhn argumentou que a execução do projeto proposto exigiria uma logística complexa e volumosa. Segundo ele, seriam necessários aproximadamente 12 mil caminhões para transportar todas as rochas retiradas do paredão.

“Se formos carregar isso em um caminhão que comporta 15 toneladas, nós estamos falando de 12 mil caminhões. Se formos falar de como esse material será transportado até algum lugar e o tempo que esse caminhão vai demorar para fazer o descarregamento e retornar para o local, tendo 10 caminhões trabalhando lá o tempo todo, serão necessários 100 caminhões por dia”, explicou o geólogo.

Na última quinta-feira (28), a Sinfra formalizou a ordem de serviço com a Lotufo Engenharia e Construções LTDA, responsável pelo recorte dos paredões e pelo novo traçado da MT-251. Entre as 10 soluções analisadas pela equipe técnica, essa foi considerada a opção mais econômica, rápida e eficiente.

No entanto, antes do início das obras, o projeto precisa ser aprovado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), já que a área em questão é parte de um parque federal.

Embora a obra esteja orçada em R$ 29 milhões e deva ser concluída em três meses, Kuhn ressaltou que ainda existem questões técnicas não esclarecidas no projeto. Uma das principais preocupações é a logística de acesso ao topo da montanha, onde não há vias de acesso.

“Quando a gente analisa as dificuldades técnicas, diante da via de acesso, a gente consegue dizer que o prazo de 120 dias não é um ‘prazo real’ em termos de execução. Existe uma dificuldade técnica para a obra ser realizada, o que pode acarretar um custo muito mais elevado”, alertou o geólogo.

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