Ex-deputado volta a ser julgado por desvios na ALMT

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Após ter condenação anulada, Bosaipo enfrenta novo julgamento em ações da Operação Arca de Noé.


Seis meses após a anulação de sua condenação por desvios na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o ex-deputado estadual Humberto Bosaipo retorna ao banco dos réus para enfrentar julgamento em 11 ações originadas da Operação Arca de Noé, que remontam a 2002. Bosaipo é acusado de peculato majorado e lavagem de dinheiro, crimes pelos quais havia sido sentenciado a 28 anos, 10 meses e 20 dias de prisão.

O ex-deputado teve seu recurso deferido pela Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, resultando na nulidade do processo a partir da audiência de instrução e julgamento realizada em fevereiro de 2017. Esse deferimento permitirá a Bosaipo a oportunidade de produzir provas, incluindo interrogatório e acareação, conforme ressaltado pela juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal.

A anulação da condenação anterior se deu em virtude do alegado cerceamento de defesa, uma vez que a então juíza Selma Arruda negou o pedido de ouvir o ex-deputado José Riva, também réu no caso. A delação premiada de Riva foi uma das provas cruciais que levaram à condenação anterior de Bosaipo.

Riva e Bosaipo são acusados de liderar uma organização criminosa que desviou pelo menos R$ 5 milhões dos cofres públicos da ALMT. Os desvios eram feitos por meio de cheques emitidos para supostos serviços e trocados na factoring do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, totalizando 32 pagamentos a empresas de fachada entre 2000 e 2002.

Em dezembro de 2021, Bosaipo e Riva foram condenados a devolver R$ 12 milhões, valor atualizado com juros e correção monetária. Além disso, em fevereiro de 2023, Bosaipo recebeu nova sentença de 16 anos e 5 meses de prisão pelo mesmo crime de desvio de dinheiro na ALMT.

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