Alexandre de Moraes levanta sigilo de depoimentos em investigação de tentativa de golpe
Getting your Trinity Audio player ready...
|
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu levantar o sigilo dos depoimentos prestados por autoridades à Polícia Federal, como parte das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado entre o final de 2022 e o início de 2023. Nesse conjunto de 27 depoimentos liberados, inclui-se o do ex-presidente Jair Bolsonaro, apontado como beneficiário do movimento golpista.
Além do depoimento de Bolsonaro, foram liberados os testemunhos do general da reserva Walter Braga Netto, do general Augusto Heleno, do general Paulo Sérgio Nogueira e de Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
Alexandre de Moraes justificou a medida devido a “inúmeras publicações jornalísticas com informações incompletas sobre os depoimentos prestados à autoridade policial”.
Um dos destaques dos depoimentos é a revelação feita pelo tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, sobre uma suposta ameaça de prisão feita pelo ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, caso Bolsonaro tentasse aplicar o golpe de Estado. Baptista Júnior também mencionou que, segundo ele, Bolsonaro teria consolidado seu golpe contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva caso não houvesse intervenção de Freire Gomes.
Outro ponto destacado nos depoimentos é a menção, feita por Freire Gomes, à existência de um documento que declarava estado de sítio no Brasil, apresentado ao general em 7 de dezembro de 2022, um mês antes dos ataques de 8 de janeiro.
A decisão de Moraes visa esclarecer os fatos diante de especulações e informações parciais divulgadas pela imprensa, fornecendo maior transparência às investigações sobre o suposto golpismo.