19 de março de 2025 08:03

Desembargador determina uso de tornozeleira eletrônica para ex-assessor da prefeitura de Cuiabá

Em uma decisão que agitou os corredores da justiça cuiabana, o desembargador Gilberto Giraldelli anunciou na última quarta-feira (6) uma medida surpreendente envolvendo o ex-assessor de Governo da prefeitura de Cuiabá, Gilmar Cardoso. O despacho estabelece que Gilmar Cardoso seja equipado com uma tornozeleira eletrônica, além de impor recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana.

A decisão, que surgiu como alternativa ao pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público Estadual, vem em meio a uma série de acusações relacionadas à manipulação do processo de vacinação contra a COVID-19. O relatório da decisão aponta para uma “subversão da ordem de vacinação”, onde ao menos 16 pessoas foram vacinadas de forma antecipada, infringindo os critérios estabelecidos pelos cronogramas do Ministério da Saúde.

As investigações apontam Gilmar Cardoso, que ocupava o cargo de Coordenador Técnico de Tecnologia e Informática da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, como peça-chave nesse esquema. Era ele quem recebia os pedidos para “furar a fila” da vacinação e até mesmo escolher o tipo de imunizante a ser utilizado.

De acordo com a decisão do desembargador Giraldelli, as ações de Gilmar envolviam a manipulação fraudulenta de sistemas informatizados para o agendamento irregular da vacinação. Além disso, o ex-assessor era apontado como um dos informantes mais confiáveis do prefeito, com ligações até mesmo na polícia.

O Ministério Público Estadual argumentou que a prisão de Gilmar se fazia necessária dada a sua relação de extrema confiança com o prefeito e sua influência dentro da estrutura da gestão municipal. Ele ocupou diversos cargos-chave e era considerado uma peça importante nos bastidores do poder local.

No entanto, o desembargador Giraldelli optou por medidas cautelares menos drásticas, justificando que a prisão preventiva seria “desproporcional” neste momento. Ele argumentou que tais medidas seriam suficientes para resguardar a ordem pública e garantir o prosseguimento das investigações.

“A prisão da pessoa humana é o derradeiro recurso a ser utilizado pelo Poder Judiciário”, afirmou o desembargador, destacando a natureza cautelar da prisão preventiva. Ele ressaltou que as medidas impostas a Gilmar Cardoso são razoáveis diante das circunstâncias do caso e visam evitar a reincidência criminosa, garantindo sua participação nas etapas do processo investigativo.

Essa decisão marca mais um capítulo de um caso que vem sendo acompanhado de perto pela população cuiabana, refletindo não apenas as questões legais envolvidas, mas também a preocupação com a integridade e transparência dos processos de vacinação em tempos de pandemia.

2025 – Copyright © – MT de Fato– Todos os direitos reservados | Desenvolvido pela Tropical Publicidade