Os recentes tremores de terra e o risco de colapso que levaram Maceió a declarar estado de emergência estão ligados à atividade de extração de sal-gema, usada na produção de soda cáustica e policloreto de vinila (PVC). Embora a Braskem tenha interrompido a extração há cinco anos, os impactos na movimentação do solo persistem. Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) afirmam que alertaram sobre os riscos de afundamentos na região desde 2010.
Em estudos publicados em revistas científicas, os pesquisadores apontaram que a exploração do sal-gema pela Braskem estava aumentando o nível do lençol freático na região, o que poderia resultar em afundamentos do solo. No entanto, a Braskem alega que a extração sempre foi acompanhada usando as melhores técnicas disponíveis, fiscalizada pelos órgãos competentes e com todas as licenças necessárias.
A empresa afirma que não havia indícios de problemas relacionados à mineração até cinco anos atrás e, ao identificar a subsidência em 2019, interrompeu definitivamente a extração de sal-gema na região afetada. A situação gerou preocupação entre os moradores e levou a remoções de áreas afetadas, como o bairro Pinheiro.
A prefeitura de Maceió decretou estado de emergência por 180 dias devido ao risco de desabamento, e a Braskem destaca que tem realizado ações para mitigação de riscos e reparações desde 2019. No entanto, os impactos na cidade e a relação com a atividade de mineração continuam sendo objeto de investigação e preocupação para as autoridades e a população local.