O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, ao retornar de uma viagem à China, se deparou com a crise ambiental no Pantanal, que está enfrentando incêndios novamente. Em entrevista, Mendes reconheceu a necessidade de criação de políticas públicas para a prevenção do bioma, que sofre com seca e incêndios nos últimos meses. Cerca de 1 milhão de hectares já foram destruídos na área.
Mendes expressou contentamento com as chuvas registradas no Pantanal no último domingo (20), o que auxiliou os bombeiros e brigadistas a controlarem o avanço das chamas. O governador explicou que a região possui muitas áreas intactas que não podem ser utilizadas para criação de gado, acumulando uma matéria orgânica densa ao longo dos anos. Durante a estiagem, essa matéria orgânica seca torna-se propícia para incêndios, que podem ser causados por diversos fatores, como incêndios criminosos, acidentes, raios ou fogos provenientes de reservas indígenas ou da Bolívia.
Apesar de a chuva amenizar a situação, cerca de 120 militares do Corpo de Bombeiros, o Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer) e agentes da Defesa Civil Estadual continuam na região para combater pontos de incêndio ativos, monitorar a situação e realizar rescaldo em locais pontuais para evitar o retorno das chamas. ONGs também estão atuando no combate ao fogo e no resgate de animais feridos.
O governador ressaltou a dificuldade da situação devido à vasta extensão da área afetada e destacou a necessidade de mudanças por meio de políticas públicas e leis que permitam um melhor controle e preservação do Pantanal.
Apesar da fala do governador sobre a necessidade de preservação do Pantanal, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou um projeto de lei que afrouxa as leis ambientais e permite atividades de mineração em áreas de preservação do Pantanal. O projeto, de autoria do Executivo, levanta críticas devido ao possível impacto ambiental.