A falta crônica de água em Várzea Grande se tornou um verdadeiro pandemônio, enquanto a cidade enfrenta uma escassez que parece não ter fim. As autoridades locais parecem estar mais preocupadas em apontar dedos do que em resolver o problema. Durante a última sessão da Câmara Municipal, na terça-feira (7), a situação atingiu um nível crítico.
A vereadora Rosy Prado, que já foi parte da administração da ex-prefeita Lucimar Campos, expressou sua indignação com a gravidade da crise, questionando como uma cidade inteira pode sofrer com a falta de água. Ela destacou que durante a gestão de Lucimar Campos, mesmo sem a ETA Cristo Rei, a situação da água estava longe de ser tão desastrosa.
O vereador Alessandro Moreira da Silva trouxe à tona um aspecto alarmante da situação. Ele denunciou que criminosos estavam furtando fiações de energia das obras da Estação de Tratamento e Abastecimento de Água (ETA) Barra do Pari, no bairro Chapéu do Sol. Uma questão que levanta a suspeita de sabotagem, uma vez que a cidade já está sofrendo com a falta de água.
A ETA Cristo Rei, inaugurada em dezembro de 2021, tinha a promessa de abastecer 72 bairros e atender a 100 mil moradores. No entanto, a realidade se tornou sombria, pois a população se pergunta onde está indo toda a água que deveria estar chegando às torneiras.
A vereadora Rosy enfatizou que há um desperdício significativo de água na ETA e criticou o fato de muitos bairros serem abastecidos apenas durante a noite. Em meio à frustração, ela questiona: “Onde está essa água?”. A situação a levou a fazer um apelo ao prefeito Kalil Baracat para que tome medidas imediatas.
A vereadora também criticou o ritmo lento das obras na ETA do Pari, que, segundo ela, está muito aquém das expectativas de inauguração em dezembro. “A esperança desta Casa de Leis, com seus 21 vereadores, era amenizar a situação, mas a obra está indo devagar, a passos de tartaruga.”
O vereador Alessandro Moreira ecoou a preocupação de Rosy e apontou o crime ocorrido na ETA do Pari. Os criminosos roubaram 20 extensões de fios vitais para as válvulas de coleta de água, agravando ainda mais a crise hídrica. Ele questionou se há algo mais sinistro por trás desses furtos, como um boicote à administração ou aos vereadores.
Diante de todas essas denúncias e críticas contundentes, o presidente da Câmara Municipal, Pedro Paulo Tolares, conhecido como Pedrinho, sugeriu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Departamento de Água e Esgoto (DAE). Ele enfatizou que é hora de investigar e tornar público quem é responsável por essa situação crítica, e quem não é. A possível criação da CPI agora se torna uma questão urgente, pois a cidade anseia por respostas e soluções para o desastre hídrico que assola Várzea Grande.