Patrícia Hellen Guimarães Ramos, mãe de Isabele Guimarães, que foi morta em julho de 2020, fez um desabafo após a decisão da Justiça de extinguir a ação contra a assassina de sua filha.
Na decisão, a magistrada considerou o fato de que a jovem infratora está prestes a alcançar a maioridade civil e que ela demonstrou interesse em traçar novos objetivos, afastando-se do ambiente infracional.
A adolescente chegou a cumprir uma medida de internação de 1 ano e 5 meses pelo ato infracional análogo ao homicídio qualificado. Entretanto, a 3ª Câmara do Tribunal de Justiça, em decisão colegiada em 8 de junho de 2022, desqualificou o ato infracional para homicídio culposo, resultando na substituição da internação por liberdade assistida.
Isabele foi morta com um tiro no rosto, e o laudo da Polícia Técnica confirmou que o disparo ocorreu a curta distância, sem chance de defesa por parte da vítima.
Em um comunicado emitido, a mãe de Isabele expressou sua indignação em relação à decisão da Justiça. Ela questionou como a “Justiça” pode ignorar as provas técnicas obtidas através de perícias realizadas por profissionais qualificados, que comprovam o crime cometido com sangue frio contra a vida de sua filha, que não teve chance de se defender.
Após sair do socioeducativo, a menor retornou aos estudos e enfrentou hostilidade por parte dos colegas de classe. Em uma visita a um salão de beleza, ela também foi maltratada durante o atendimento.
No comunicado, a mãe de Isabele alertou que o que aconteceu com sua família pode acontecer com qualquer outra e afirmou que continuará lutando para que a verdade dos fatos do dia 12 de julho de 2020 seja restabelecida.
Confira nota na íntegra
É com muito pesar e uma tristeza profunda que recebi a notícia que a Justiça encerrou o processo contra a assassina da minha filha.
A cada decisão, com um resultado como este, tenho a mesma sensação horrível do dia que vi o corpo da minha filha estirado no chão sobre uma poça de sangue.
Talvez este pessoal não saiba, mas, eles estão matando a minha filha novamente.
Como pode a “Justiça”, simplesmente ignorar todas as provas técnicas obtidas através de inquestionáveis perícias realizadas por profissionais gabaritados e mudarem a tipificação do crime cometido, comprovadamente a sangue frio contra a vida da minha filhinha, que não teve a mínima chance de se defender?
Lembrem-se que, o que aconteceu comigo, pode acontecer com qualquer família!
Saibam que jamais me calarei e continuarei a minha luta para que a verdade dos fatos daquele terrível dia 12 de julho de 2020 seja restabelecida.
Não terei mais a minha Bele de volta e por isto, a minha alma chora e clama por justiça.
Patrícia Hellen Guimarães Ramos