30 de abril de 2025 06:23

Pacientes eram internados em UTIs sem necessidade, visando apenas o lucro, diz PJC

Informe Publicitário

A Polícia Civil deflagrou nesta sexta-feira (24) a segunda fase da Operação Espelho, que tem como alvo um cartel de empresas que presta serviços em unidades de saúde em várias cidades do Estado. Segundo mostraram as investigações, pacientes chegavam a ser internados em unidades de terapia intensiva (UTI) sem necessidade, apenas para aumentar os lucros das empresas envolvidas.

Quando um paciente vai para a UTI, são realizados diversos serviços diferentes, como intubação, respiradores, anestesia e outros procedimentos, e as empresas recebem por cada um deles.

Segundo a Polícia Civil, a investigação começou após a constatação de fraudes e desvios de dinheiro no contrato de prestação de serviços no Hospital Estadual Lousite Ferreira da Silva, o Hospital Metropolitano, em Várzea Grande.

Os investigadores descobriram que, naquele caso, a contratada fazia parte de um grupo de empresas que, juntas fraudavam licitações e contratos de prestação de serviços médicos, especialmente de UTIs em todo o estado, em unidades estaduais e municipais.

A investigação revelou que, especialmente durante o período da pandemia de covid-19, os criminosos intensificaram suas ações, se aproveitando da fragilidade do sistema de saúde naquele momento e na necessidade de os gestores em apresentar alternativas para a grande demanda de pacientes no sistema público de saúde.

As empresas simulavam concorrência nos certames, entre elas mesmas, apresentado valores muito acima do praticado no mercado. Além disso, os serviços não eram fornecidos da maneira prevista no contrato.

Na operação desta sexta-feira (24), foram apreendidos 36 veículos, muitos deles de luxo, e realizado o bloqueio de 20 imóveis. No total, R$ 35 milhões foram tirados da organização criminosa, por ordem judicial.

Com o material colhido nas buscas e apreensões realizados, os investigadores da Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (Deccor) vai se aprofundar na apuração dos contratos assinados por órgãos públicos em todo o estado.

por Repórter MT

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