Janaina Riva usa affair em BBB23 para descrever o ‘perigo dos relacionamentos abusivos’
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Ninguém tem a menor dúvida que o Big Brother Brasil, da Rede Globo, é mesmo um dos maiores e mais assistidos realitys do mundo. E mesmo que alguns intelectuais optem em se distanciar do Observatório dos Famosos, a Casa acaba pautando várias discussões, principalmente, em se tratando de relacionamentos.
Dentre as pessoas que se renderam ao BBB23 está – ao que parece -, a deputada emedebista de Mato Grosso, Janaina Riva, que se remeteu ao relacionamento de Bruna Griphao e Gabriel Fop para alertar sobre relações abusivas e seu sinais. Após edição deste domingo(22), de alguns trechos da madrugada e do dia dos confinados, exibidos um pouco antes da formação do primeiro Paredão. Entre eles, o momento em que Gabriel ameaçou dar uma cotovelada na boca de Griphao, no início da madrugada, na área externa da casa, e Bruna comentou que se sentia o ‘homem’ da relação.
O affair, aliás, de Bruna Griphao e Gabriel Fop vem causando polêmica e comentários nas redes sociais por conta de algumas atitudes de Gabriel com a atriz da Globo dentro do BBB 23. Atitudes que não estariam agradando alguns internautas que veem classificando o relacionamento como abusivo. E que resultou em um bom ‘puxão de orelha’ do apresentador do programa, Tadeu Schmidt, que repreendeu o participante e disse que em um relacionamento, alguns tipos de brincadeiras não seriam saudáveis.
Foi, aliás, pautado nestes comentários que a deputada estadual Janaina Riva (MDB), escreveu em seu Twitter que ‘a fala de Tadeu trouxe à tona como relacionamentos abusivos podem nascer e, sobretudo, como muitas vezes a vítima ou até mesmo o casal, não percebem que estão vivendo isso’.
“Quando falta o respeito e começam as ofensas é hora de repensar o relacionamento, procurar ajuda psicológica ou até de policial dependendo do caso. Qual a probabilidade de um casal que não se respeita manter uma relação saudável? Nenhuma!”, asseverou a deputada.
Ao também não poupar as mulheres, revelando que não só os homens têm este tipo de comportamento mas, igualmente, algumas mulheres e que ambos são extremamente reprováveis. Ao citar que troca de palavrões, ou frases onde um tenta diminuir o outro, nunca serão naturais. “Os primeiros sinais de violência e abuso psicológico, que também é uma forma de violência contra a mulher, acaba com a autoestima e deixa marcas difíceis de ser superadas”.
Posicionamento firme
Na semana passada, por meio de suas redes, a deputada Janaina Riva já teria mencionado sobre a temática, ao lamentar o feminicídio de Thays Machado, de 44 anos, e o homicídio de seu namorado Willian César Moreno, de 30 anos, pelo empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 57 anos, filho do deputado federal Carlos Bezerra (MDB).
A parlamentar foi uma das poucas pessoas no cenário político de Mato Grosso que tiveram a coragem de se manifestar sobre os assassinatos. Aliás, as poucas manifestações da classe política vieram das mulheres que hoje estão nos espaços de poder.
No seu Instagram, a deputada estadual lamentou as mortes, ao reforçar que a ‘violência doméstica não tem cor, classe social ou aparência’. E cobrou duramente que justiça fosse feita à Thays. “Como única deputada estadual de Mato Grosso, defensora dos direitos das mulheres e vice-presidente do MDB, recebo com muita tristeza a notícia do feminicídio e homicídio ocorridos no fim da tarde desta quarta-feira, em Cuiabá. Meus sentimentos aos familiares […] Que a Justiça seja feita e que Jesus conforte o coração de todos neste momento de dor”.
Os assassinatos ocorreram na última quarta-feira (18), em frente ao Edifício Solar Monet, no bairro Alvorada, em Cuiabá. Thays teria ido ao local devolver o carro que havia emprestado da mãe para buscar o namorado no aeroporto em Várzea Grande, quando foi baleada e morta junto com William.
Ainda no dia dos assassinatos, dezenas de mensagens postadas nas redes sociais, descreviam Thays como uma pessoa querida, alegre e de bom coração. Alguns, mais próximos à vítima, lembraram de que ela ‘foi uma mãe incrível, uma excelente profissional e um ser humano de coração gigantesco’. Outros apontaram sua ‘vida interrompida de maneira brutal e extremamente covarde’, pedindo ‘que Justiça fosse feita e que o assassino pague por tamanha crueldade’. E muitos se ‘solidarizaram com a dor das famílias’.
Câmeras de seguranças mostraram que Carlos Alberto Bezerra ‘rondava’ o prédio desde o início da semana, o que faz a polícia acreditar na premeditação do crime contra a servidora da Justiça e de seu namorado. Reforça esta tese o Boletim de Ocorrência registrado por Thays ainda no dia de sua morte e os vários comentários feitos à família que vinha sendo ameaçada de morte pelo ex-companheiro e que iria acionar a polícia. E este já seria o segundo BO.
A vítima foi atingida por cerca de três disparos, dois nas costas e um na altura do quadril, vindo a óbito na calçada do edifício, enquanto Willian, mesmo atingido por cerca de três disparos, um no braço esquerdo e dois no peito, ainda tentou fugir do agressor, mas acabou caindo a poucos metros de Thays.
Movimento Conecta
Nesta próxima terça-feira(24), como forma de protesto ao feminicídio e, claro, ao homicídio, o Movimento Conecta realiza – antes da missa de sétimo dia de Thays, na Igreja Mãe dos Homens, no Centro de Cuiabá -, um ato, unindo outros movimemtos como a Lírios, Ampara, Mulheres Até Quando?, Rede Feminina, Mulheres do Brasil, dentre outros.
Como forma de reforçar não só o cansaço de observar, diariamente, o número de agressões e mortes de mulheres, mas a necessidade de políticas e de agentes políticos – que nas mesas de decisões -, podem e devem buscar alternativas para colocar um ponto final à esta violência, que tornaram meninas e mulheres alvos ininterruptos.
por Marisa Batalha/ O Bom da Notícia