Lula dispensa 40 militares que atuavam no Palácio da Alvorada

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dispensou 40 militares que atuavam na área de administração do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. As dispensas foram publicadas nesta terça-feira (17) no Diário Oficial da União (DOU), mas passaram a valer na última sexta-feira (13).

Entre os dispensados estão soldados, cabos e sargentos. A dispensa não é o mesmo que exoneração. Com a medida, os militares serão realocados em outras frentes de atuação das Forças Armadas. O Ministério da Defesa foi questionado pela reportagem, mas não se pronunciou.

O tenente-coronel Marcelo Ustra da Silva Soares está entre os dispensados, por exemplo. O militar é primo de Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais torturadores durante a ditadura.

A reportagem acionou o Palácio do Planalto e aguarda posicionamento. O espaço segue aberto para manifestações.

Desconfiança
A medida tomada pelo petista ocorre após algumas declarações que demonstram certo ceticismo com os militares. Durante café da manhã com jornalistas na última semana, Lula disse que contratou pessoas de confiança para os cargos de ajudante de ordem, postos que eram ocupados por militares no governo anterior.

Na sequência, o presidente afirmou estar convencido de que alguém facilitou a entrada de extremistas durante a invasão, em 8 de janeiro, dos prédios dos Três Poderes, em Brasília. “Teve muita gente conivente, muita gente da PM conivente, muita gente das Forças Armadas conivente”, disse Lula.

Na ocasião, extremistas que não aceitam o resultado das eleições de 2022 furaram o bloqueio feito pela Polícia Militar e invadiram as sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Diante do cenário, o presidente decretou intervenção federal na área de segurança pública no Governo do Distrito Federal até 31 de janeiro. O escolhido para interventor foi Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça.

Até o momento, cerca de 1.500 pessoas foram presas pelos atos antidemocráticos — um deles é o ex-ministro da Justiça da gestão Jair Bolsonaro (PL) e ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres.

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