Prefeito em MT afastado pelo STF critica “ditadura do Judiciário” e chama população para ir às ruas
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O prefeito afastado de Tapurah (433 km a médio-norte de Cuiabá), Carlos Capeletti (PSD), ainda não foi notificado oficialmente de seu afastamento, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), mas ficou sabendo pelas redes sociais sobre a “folga” de 60 dias que terá da gestão. Ele criticou a “ditadura do Judiciário” e chamou a população para ir para a frente dos quartéis em busca de respostas sobre as eleições deste ano.
Em entrevista à Jovem Pan na noite de quarta-feira (7), o prefeito se disse “perplexo” com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, tendo em vista que ele nem mesmo foi ouvido no processo. Agora, o gestor aguarda a notificação oficial do afastamento para saber “do que sou acusado”.
Capeletti foi afastado por causa de um vídeo em que chama a população para protestar para que as Forças Armadas façam algo em relação às eleições deste ano. Segundo o prefeito, o Exército ou o presidente Jair Bolsonaro precisam confirmar que não houve fraude no pleito.
“Ele se institui como Deus, se colocou acima de todos no país. Dificilmente teremos algo que Justiça fará por alguém. Não se tem justiça. Não sei do que sou acusado. Pelo que li nas mídias sociais é que instiguei caminhoneiros. Fui para Brasília após os caminhoneiros terem ido para lá. Esse protesto não tem líder. São pessoas revoltadas”, afirmou na entrevista.
“Hoje não tem democracia, virou ditadura mesmo. Se não houve fraude, mostra o código fonte, todo mundo vai embora quietinho. Se o Lula ganhou democraticamente temos que aceitar. Toda essa cortina, essa proteção, essa ditadura em cima das pessoas que não estão aceitando as eleições, só mostra que tem alguma coisa escondida”, argumentou o gestor.
Ele ainda não sabe se vai apresentar defesa em relação ao afastamento da prefeitura. “Não acredito na nossa Justiça, porque ele acusa, julga, condena. Não acredito enquanto tiver essa ditadura do Judiciário. Provavelmente não farei nada, porque não adianta nada”.
Carlos ainda afirmou à Jovem Pan que tem recebido muito apoio de outros patriotas e que a medida “extremista” do ministro só dá mais força ao movimento. “O que eu tenho a dizer é fé, essas atitudes do ministro Alexandre de Moraes não estão inibindo as pessoas, estão fazendo com que mais pessoas vão se expor, exigir alguma atitude das Forças Armadas. Recebi milhares de mensagens de apoio, achando que essa atitude é extremista. Tenho fé que algo vai acontecer e que as pessoas, a cada extremismo que ele fizer, mais pessoas possam aderir ao movimento”, enfatizou.
por THALYTA AMARAL