Alvo de duas operações em MT, tenente da PM se livra de acusação de abuso de autoridade
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Ele responde há cerca de 20 inquéritos por crimes como tortura, violação domiciliar e agressões verbais. Mas, desta vez, o 1º tenente da PM, Thiago Satiro Albino, conseguiu se livrar do crime de abuso de autoridade por causa da demora da Justiça. Como a prescrição para o crime é de dois anos e esse prazo já foi ultrapassado, o processo foi arquivado.
O caso investigado pela 11ª Vara Criminal de Cuiabá, Especializada em Justiça Militar, aconteceu em 2017, em Várzea Grande, mas a denúncia só foi recebida pela Justiça em 2019. Ele foi investigado por abuso de autoridade pelo atentado à liberdade de locomoção.
Ele chegou a fazer um acordo de não persecução penal em setembro de 2020, ou seja, fez um acordo com o Ministério Público Estadual (MPE) para que o caso fosse arquivado. No entanto, não cumpriu os termos do acordo, o que fez o processo voltar a andar.
Porém, mesmo com a paralisação da ação por causa do acordo, neste ano o prazo para prescrição do processo já havia extrapolado. Por isso, o juiz Marcos Faleiros, em decisão de 7 de outubro, declarou extinta a punibilidade do militar “pela falta de interesse de agir do Estado com a ocorrência da prescrição”.
Apesar do encerramento deste processo, Thiago Satiro Albino ainda responde por vários outros crimes. Ele é acusado até de participar das ações do grupo conhecido como Mercenários, em Várzea Grande.
Segundo as investigações, Albino faz parte de um grupo que inseria informações falsas no sistema da Polícia Militar para acobertar os crimes cometidos por policiais. Quando foi preso, foram expostas conversas em grupo de WhatsApp em que ele ria da facilidade para adulterar as informações no sistema e “esquentar” as armas apreendidas.
Em março deste ano, Satiro foi preso na Operação Simulacru, que investigou homicídios cometidos por policiais militares, que aliciavam pessoas para cometimento de crimes e as executavam em operações policiais “forjadas”. O objetivo desses crimes, segundo a Polícia Civil, era dar visibilidade aos batalhões.
Na ocasião dos crimes cometidos, o tenente era lotado na Rotam, mas fazia curso para ingressar no Bope.
por THALYTA AMARAL